Eu sou uma carnívora assumida. E depois de quase 6 anos morando em Nova Iorque, essa semana fui pela primeira vez ao Peter Luger (178 Broadway, Brooklyn, New York 11211 (718) 387-7400).
Essa steakhouse é mítica: eles abriram as portas em 1887, além do restaurante eles também vendem um molho para carnes com o mesmo nome e são famosos pela textura da carne.
Segundo os próprios garçons, os cortes de carne são sempre os mesmos: um t-bone ou porterhouse que você pede de acordo com quantas pessoas quer servir. Pra quem não sabe, t-bone é um corte de carne que tem de um lado o filé mignon e do outro o contra-filé, separado por um osso em forma de "T". No Brasil conhecemos também como bisteca ou chuleta. Até aí, simples. O difierencial da carne deles fica evidente mesmo com a textura que eles conseguem alcançar após deixaram a carne "envelhecer" por 21 dias. E realmente, eu nunca comi uma carne tão macia. Parece que não precisa de faca! Mas o sabor... Bom vamos por partes.
Primeira coisa a ser levada em conta: o restaurante fica no Brooklyn. Fica na parte sul do Brooklyn, bem pertinho d'água e em frente à Ponte de Williamsburg. Você pode alugar uma bike e ir e tirar fotos fantásticas no caminho. Se for inverno pegue o metrô J que vai por cima da ponte também.
Assim que você entrar você vai se sentir transportado para o passado. Os garçons são todos mais velhos do que os garçons com os quais estamos acostumados em Manhattan. Eu não vi nenhuma mulher trabalhando lá. E o uniforme também é bem tradicional: preto e branco com um avental longo. Os asiáticos estão sempre em maior número entre os clientes (assim como em todos os pontos turísticos do mundo). As paredes são escuras e os chandeliers de vidro dão aquele toque de riqueza-brega.
Não importa que dia e que horas você vai querer comer lá, você vai esperar por uma mesa. Então o jeito é tomar uma cerveja no bar. O bartender é super rápido e eficiente, mas não espere um sorriso. As cervejas são as mais simples possível, como Budweiser, por exemplo e são servidas geladíssimas em canecas. Depois de umas duas cervejas eles vão anunciar a sua mesa.
As mesas são enormes se compradas com as mesas normais de restaurantes nova iorquinos. Não existem mesas para 2 aqui, a menor é para 4. O garçom perguntará se é a sua primeira vez lá e se você disse que sim ele vai ter contar um pouco da história da casa.
Aí vem o menu e a hora de pedir. Meu conselho: mesmo que você esteja numa mesa de 4 pessoas, não peça a carne para 4. As porçōes são grandes. Olha o tamanho da minha porção para 2:
A carne já vem fatiada e essas fotos foram tiradas enquanto ele servia. Mas dá pra ter uma boa idéia… O prato onde a carne está é tão quente que você pode cozinhar sua carne nele mesmo se achar que ela veio muito crua.
Outra coisa a considerar: a carne não vem com nenhum acompanhamento. O creme de espinafre é fundamental. Esse é provavelmente o melhor prato deles. mas também tem batata-frita, batata assada e vegetais.
Depois de tudo isso… tem soremesa. E que sobremesa! Eu escolhi a torta de limão com chantilly. E olha isso:
O chantilly é batido na hora, textura perfeita! E olha o tamanho da fatia… bom demais!
Aí vem aquela hora chata: pagar a conta. E pra minha surpresa: num restaurante onde um jantar para 2 facilmente chega a US$ 250, eles não aceitam cartão de crédito. Pagamentos em dinheiro apenas! Fiquei chocada. Venham preparados.
Então em resumo fica: vá ao Peter Luger, vale o passeio e a experiência. Mas em termos de sabor, eu ainda prefiro a Picanha do Plataforma no Leblon ;)